domingo, 27 de novembro de 2011

ORGANIZAÇÃO MILITAR DOS ROMANOS

A LEGIÃO

          A Legião foi a unidade principal dos exércitos romanos que contribuiu decisivamente à elevação de Roma como grande potência.
         Originada da própria organização da cidade ao nascer, formou-se pela população válida das tribos, em que cada uma contribuía com 100 soldados de infantaria (centúria) comandadas por um centurião e 10 cavaleiros (decúria), sob o comando de um decurião.
         Esta foi a formação embrionária da legião, corpo misto composto  de infantaria pesada e ligeira e cavalaria.
         Só podia ser legionário o cidadão romano que possuísse determinado poder aquisitivo. Essa regra sofreu, porém, muitas exceções, pois, em ocasiões críticas, não se hesitava em aceitar para o serviço cidadãos sem propriedades, sem fortuna, e até mesmo escravos.
         Sérvio Túlio foi o primeiro que estabeleceu o recrutamento pelo censo. Neste caso, só eram chamados às armas os guerreiros necessários. A mobilização geral decretada obrigava todos a se apresentarem para o serviço militar, suspendendo-se, assim, as insenções.
          No período republicano continuou o mesmo sistema de recrutamento, pois só as classes patrícias podiam servir nas legiões. Houve, porém, uma alteração, sob o Cônsul Caio Mário, que estendeu essa obrigação normalmente aos proletários e aos plebeus.
          No Império, os aristocratas abandonaram o Exército, que passou a ter apenas voluntários e, na falta destes, teve de se socorrer dos mercenários e até dos escravos.
          A educação militar começava entre os romanos com a infância nos ginásios e ia até o Campo de Marte, onde se treinavam os exércitos militares, obtendo-se, assim, seu desenvolvimento profissional e uma perfeita formação moral. Aprendia-se a manejar as armas e a trabalhar com a pá e a picareta.
          Os homens de 17 a 60 anos eram divididos em cinco classes (Hastários, triários, vélites, equites e príncipes) e, destas, só eram convocadas quatro classes para as guerras com Cartago. Nenhum legionário deveria passar mais de 16 anos no Exército.
          Resumindo, de acordo com o General Canonge, as fases por que passou o recrutamento do pessoal para a legião:

1ª fase - serviço geral, obrigatório e pessoal: vem de Rômulo a designação da Legião - de leggere = escolher - e relativa à reunião dos três mil pais de família que, sob aquele nome, Rômulo reuniu em torno de si.
2ª fase - com Sérvio Túlio o serviço manteve-se pessoal e não mais geral, porque era regulado pelo censo; até então, todo cidadão era soldado.
3ª fase - por determinação do Cônsul Mário, por necessidade ou por plano político, admitiram-se os proletários e voluntários e suprimiu-se a exigência de fortuna.
4ª fase - serviço voluntário e mercenário estrangeiro (teve início com Otávio Augusto).

AZEVEDO, Pedro Cordolino F. História Militar. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1998.

Soldados romanos durante as Guerras Púnicas

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